domingo, 29 de novembro de 2009

Avaliação do programa Gestar II de Língua Portuguesa

Neste ano tivemos a oportunidade de trabalhar com um programa que permitiu a formação de professores de Língua Portuguesa priorizando situações efetivas de sala de aula e da escola, a partir da ligação entre a teoria e a prática. As contribuições pelo programa foram enormes e incentivou a apropriação dos saberes dos professores em direção à autonomia e uma prática crítico-reflexiva, abrangendo a vida cotidiana da escola e os saberes derivados da experiência docente, sendo dessa forma uma aprendizagem contínua e contextualizada. O Gestar ofereceu situações que possibilitaram troca de saberes entre os professores, através de momentos de reflexão conjunta, de estudo compartilhado, de planejamento e desenvolvimento de ações coletivas, de reflexão da prática e análise de situação da sala de aula. A apresentação de dificuldades e problemas, que não são poucos, permitiu que fossem amenizados com a partilha e sugestões apresentadas, ajudando a compreensão de situações vividas e a vivenciá-los com estratégias baseadas na teoria, pois cada um, com suas vivências e aprendizagens pode ajudar e ampliar os horizontes do outro, através da construção coletiva e positiva de propostas de trabalho e da solidariedade diante dos problemas já conhecidos.
As dificuldades da realização do programa foram muitas: falta de transporte (alguns cursistas moram na zona rural), falta de tempo disponível pelos professores (devido ao trabalho docente, problemas familiares, entre outros), material disponível (apenas contávamos com quadro e giz) e, também, falta de interesse por alguns. Porém, os estudos e a reflexão sobre os trabalhos realizados possibilitaram o resultado: uma aprendizagem positiva e significativa. Tal reflexão, revelaram os cursistas, é a melhor oportunidade para construir e adquirir novas teorias, esquemas e conceitos, tornando-os críticos, autônomos, flexíveis e abertos aos desafios diários da vida docente.
Os trabalhos realizados com os alunos foram bastante significativos, pois proporcionaram uma nova forma de trabalhar de maneira dinâmica e diferente. Os alunos produziram textos significativos e puderam perceber que quando o que produzem tem uma finalidade, realmente vale a pena produzir. A dificuldade maior enfrentada por eles foi quanto ao processo de análise e refacção dos textos. Quanto aos professores foi auxiliar, durante a execução desses trabalhos, turmas lotadas (com até 76 alunos).
Chegamos à conclusão que o Gestar auxiliou na concepção que a prática pedagógica está em contínuo processo de construção do saber que implica a releitura da função do professor como profissional reflexivo e da escola como organização promotora do desenvolvimento do processo educativo. E como diz o grande sábio Sócrates, "Deves ter a serenidade para aceitares as coisas que não podes mudar, coragem para mudares aquilo de que és capaz e sabedoria para veres a diferença."

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Oficina:análise linguística

Na oficina realizada no dia 07 de novembro, começamos com uma reflexão sobre a importância de sempre refletir sobre nossa prática pedagógica. Continuamos com alguns relatos sobre a aplicação das atividades do Gestar e sobre os assuntos trabalhados. Percebemos que é necessária uma análise diária sobre a língua, pois o sujeito só adquire o conhecimento sobre a mesma usando-a, atuando sobre ela e a construindo nas diversas situações de uso através da própria intuição de usuário que tem da mesma. Desta forma, se faz necessário levá-lo a perceber que ele sabe a língua portuguesa, pois a usa desde o início da aquisição da linguagem, de forma inconsciente e independente de qualquer estudo sistemático da língua. O que falta é ter contato com outras possibilidades linguísticas adequando-as aos diversos momentos de comunicação, sem rotular determinados usos como certos ou errados, mas como adequados ou inadequados. Principalmente, levando em conta que um dos objetivos da língua portuguesa é desenvolver a competência do uso da língua nas diversas situações sociais. E isso só vai acontecer se o aluno for colocado em contato com diversos textos e tenha tido oportunidade de produzir textos diversificados, para a ampliação de sua gramática interna.
Demos continuidade aos nossos trabalhos com uma análise e reflexão sobre o programa Gestar II de língua portuguesa. Concluímos que o projeto é rico, ajudou muito na prática pedagógica de todos, mas que faltou tempo para aplicar com mais sucesso, visto que o material chegou após o início das aulas. Todos perceberam o quanto se faz necessário a realização de oficinas e de encontros entre os professores para planejamento, troca de experiências e sugestão nas atividades diárias em sala de aula. Concordaram que no próximo ano irão utilizar o material do programa nas aulas com um maior aproveitamento, pois já têm conhecimento da riqueza do mesmo e podem, assim, planejar desde o início do ano letivo durante a jornada pedagógica, as atividades atendendo às necessidades de cada turma. O resultado foi bastante positivo para todos, pois puderam reavaliar e redirecionar os conhecimentos e a prática no intuito de atingir os objetivos almejados no trabalho com os alunos e, principalmente, viram o quanto é fundamental refletir sempre sobre a prática pedagógica e analisar os erros e acertos diários. Além disso, notaram que a mudança dos alunos também se fez presente de forma bastante construtiva e significativa.

Oficina: texto como centro das experiências no ensino da língua e intertextualidade

Realizamos no dia 24 de outubro mais uma oficina. Começamos com uma leitura compartilhada, logo após iniciaram os relatos dos professores sobre as experiências com os avançandos na prática. Constataram durante os trabalhos realizados, o quanto é imprescindível o trabalho com textos em todas as atividades de linguagem, numa visão interacionista. Já que texto é consequência da concretização da linguagem e da língua, responsáveis pela interação e pela integração do indivíduo nos diversos meios em que vive. Daí a necessidade de explorá-los profundamente nos diversos gêneros, tipos e modalidades.
No segundo momento, a turma foi dividida em grupos para leitura e análise das unidades 5 e 6 do TP2 sobre os tipos de gramática e a frase e sua organização. Os grupos fizeram a socialização dos assuntos analisados, gerando várias intervenções, que só contribuíram para um maior aprendizado. Foram bastante pertinentes as colocações sobre as gramáticas, desmistificando o seu ensino e contribuindo para uma reflexão sobre como devem ser trabalhadas para um ensino produtivo e significativo. Puderam perceber também como podem ajudar os alunos a compreender e utilizar as estruturas que compõem os textos nos diversos contextos para a criação de significados. Atentando para detalhes que ajudam na organização dos períodos e, consequentemente, de um texto bem elaborado, como a pontuação, a ordem dos elementos e, principalmente, a situação comunicativa.

Oficina:variantes linguísticas

No dia 17 de outubro iniciamos nossos trabalhos com a leitura do texto "Professor mestre" e falamos sobre o papel do professor na sociedade.
Os cursistas relataram sobre os trabalhos realizados sobre variantes linguísticas e o quanto foram ricos, principalmente a construção do dicionário dos jovens, já que os alunos se sentiram valorizados com a realização de um trabalho com a linguagem que eles gostam de utilizar no dia a dia.
A turma foi dividida em equipes para análise das unidades 3 e 4 do TP1 referentes aos temas: O texto como centro das experiências no ensino da língua e A intertextualidade. A socialização dos temas mobilizou o grupo com grandes observações, que ajudaram a perceber que o trabalho coletivo de linguagem (a ação entre os sujeitos: locutor e seu interlocutor) é que garante a produção de significados. Além da grande importância de garantir métodos de ensino que ampliem a competência discursiva dos alunos nas diversas situações sociocomunicativas, partindo sempre de textos diversificados e do trabalho tanto da linguagem oral como da linguagem escrita.
Finalizamos com o comentário sobre como o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo" que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor do texto e que contribui para a construção de conhecimento e a formação de criticidade e de sensibilidade do leitor.

Oficina: construção de projetos

Realizamos no dia 26 de setembro um encontro para a construção de projetos. No primeiro momento houve a leitura e discussão do artigo "O aprendizado do trabalho em grupo" de Luiz Carlos de Menezes. Continuamos com a orientação sobre como elaborar um projeto inerente a proposta do GESTAR II para cumprir o cronograma exigido pelo programa. Foram apresentadas as informações da construção de projetos passo a passo. Após as orientações, a turma foi dividida por escola para uma discussão sobre os temas. Cada grupo, a partir da escolha, começou a elaborar seu projeto interdisciplinar. A construção do projeto foi de grande valia para o aprendizado e a troca de experiências entre os grupos ajudou bastante, pois as idéias foram surgindo e compartilhadas entre todos com o compromisso de promover uma aprendizagem mais significativa, eficiente e de qualidade para os alunos.
Finalizado os trabalhos com projetos, fizemos alguns comentários sobre os trabalhos que estavam sendo realizados sobre variantes linguísticas e como o tema estava sendo de grande valia para os trabalhos em sala de aula.
Terminamos com a certeza de que é preciso sempre momentos de troca e construção de novos aprendizados.

domingo, 8 de novembro de 2009

Oficina: Processo de produção textual e literatura para adolescentes

No dia 19 de setembro realizamos esta oficina com a leitura do artigo "Educação e autoridade" de Lia Luft que ocasionou uma boa reflexão sobre o tema. Demos prosseguimento aos trabalhos com relatos sobre as atividades realizadas e comentários sobre o tema da oficina. Muitos comentaram sobre o resultado da proposta do avançando na prática que consistia numa roda de leitura. A maioria achou o resultado positivo, pois foi uma forma de fazer leitura compartilhada e comentada. Outros não gostaram, pois não conseguiram atrair o prazer da leitura para toda a turma. Também foi comentado, como as estratégias para utilizar durante a revisão ajudaram a melhorar a qualidade dos textos produzidos pelos alunos.
A turma foi dividida em equipes para análise e socialização das unidades 01 e 02 do TP1 sobre Variantes linguísticas. A socialização foi enriquecedora, pois o assunto agradou e interessou a todos. Houve muitas intervenções durante a exposição dos grupos e experiências relatadas fantásticas, que contribuíram bastante para o aprendizado. Percebemos que apesar de termos consciência de que nossa língua é rica, com sua diversidade de dialetos e registros e que o importante é estar adequado à situação de comunicação, ainda temos um certo preconceito diante do uso da norma coloquial. Dificultando, assim, nosso trabalho com tal assunto.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Oficina: argumentação e planejamento e escrita da produção textual

Em 22 de agosto, iniciamos a oficina discutindo os resultados dos avançandos na prática aplicados sobre argumentação e planejamento e escrita da produção textual. Os cursistas gostaram do resultado e da participação de alguns alunos, mas salientaram que as dificuldades apresentadas durante a produção textual são grandes: falta de interesse, problemas de ortografia e de organização das idéias, além da questão de salas lotadas (turmas com até 76 alunos). Discutiu-se a importância de um texto bem planejado e do processo de reflexão e das estratégias que levam a sua elaboração, bem como da necessidade de trabalhar sempre com tal atividade.
Em seguida, a turma foi dividida em grupos para análise do material sobre o processo de produção textual e literatura para adolescentes. O resultado foi socializado, gerando grandes e enriquecedoras discussões sobre os temas, além de reflexões que ajudaram a ampliar os conhecimentos e enriquecer a prática pedagógica de todos. A maioria constatou que o hábito da leitura deve ser desenvolvido e incentivado na infância e que poucas pessoas tiveram essa oportunidade. Surgiu a grande preocupação de como estimular o aluno a ler se nas escolas há um número tão pequeno de livros, mas que foi amenizada após algumas sugestões, principalmente com a leitura de livros na sala uma vez por semana. Concluiu-se com a convicção de que a leitura precisa ser significativa, por isso deve ser escolhida pelo aluno de acordo com seus interesses, para assim assegurar um envolvimento positivo e atrativo com a obra lida.